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terça-feira, 5 de julho de 2011

Casamento, velhice e mudanças no comportamento

 05 de julho de 2011
Olá,

Começo a pensar que estou ficando velha. E não é só pelo fato de que daqui alguns anos não vou querer mais velas no bolo de aniversário. Há algum tempo, percebo que tenho outros/novos hábitos - alimentares e compartamentais. Talvez um relacionamento de muito tempo nos deixe mais suscetíveis a mudanças de comportamento. Casamento, então... Ou é apenas uma mudança de fase na vida.

Por que deixamos de gostar de algumas coisas e passamos a gostar de outras? Podemos afirmar que nos divertiremos da mesma forma daqui alguns anos? Vamos rir das mesmas coisas num futuro não tão distante? Hipóteses e questionamentos permeiam a minha mente e me levam à reflexão.

Listo diariamente mudanças no "meu paladar":

Toalha apetitosa
- passei a gostar de açai
- e de cuscuz
- estou usando spray de gengibre, menta, mel e própolis
- entrou o frio e tratei de aprender a fazer chá de gengibre e leite com canela (e o pior é que passei a gostar de ambos)
- como salada no jantar e lambo os beiços
- olho para uma toalha de mesa com desenhos de frutas e me dá vontade de mergulhar nela, acreditando piamente que tudo é delicioso. Repito: fru-tas.
- não penso duas vezes antes de pegar brocólis no almoço

Quanto ao comportamento:

- assisto a todos os telejornais possíveis (lembro quando eu achava meu avô o homem mais chato do planeta por fazer isso. Não é tudo a mesma coisa? Nããããooo!!! "Vô, você tinha razão")
- admiro mais meus pais
- agradeço por ter máquina de lavar
- faço potinhos com comida para a minha mãe e sogra
- tenho mais assunto com a minha avó ("o mundo está perdido", "o tempo está passando muito rápido", "quanta desgraça" e por aí vai), e vejo o quanto ela é especial
- falo muito sobre filhos
- faço mais contas antes de gastar
- discovery Home & Health passa a ser meu canal preferido

Esses são apenas alguns itens que me fizeram pensar que, por mais que tentemos adiar, amaduremos, evelhecemos, mudamos nossos hábitos (sem perceber, porque encerra-se um ciclo e começa outro e, em alguns momentos, para  se adaptar a outra pessoa). Quando a ficha cai, sentimos saudades do tempo em que não gostávamos do telejornal, de quando não admiravamos tanto assim nossos pais, de quando nos dava vergonha andar com o spray de própolis na bolsa. Penso, entretanto, que a nolstalgia não diminui o quão interessante é a nova realidade. Tudo depende da forma que a encaramos. 
Cada fase de nossas vidas tem lá sua vantagem. O importante é curtir cada uma e buscar a felicidade em cada momento.

E eu escrevendo tudo isso...deixa eu ir fazer um leite com canela e me enfiar debaixo das cobertas com meu marido. Ele também quer uma xícara... será que está ficando velho? Tomara que estejamos no mesmo ciclo da vida.

PS: se eu começar a gostar de comida chinesa nada terá a ver com "nova fase" da minha vida. Volto para a terapia com certeza! Nem Froid explicaria.

O que você pensa sobre tudo isso?

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